Companhia de Participações

I. O Período pós-operação portuário

Em 1985, uma assembléia de acionistas decidiu mudar o nome adotado em 1982, Companhia Docas de Santos, para Docas S.A. A partir de então, a empresa passou a desempenhar exclusivamente o papel de holding, voltada, em especial, para o desenvolvimento de negócios nas áreas de finanças, por intermédio do Boavista (banco comercial e de investimentos, além de corretora e distribuidora de valores), e de seguros, na qual a Boavista Itatiaia disputava posições de destaque no segmento de previdência privada.

Docas tinha a indústria eletrônica como outro mercado prioritário. A companhia atuava no setor por meio da Elebra – com sete fábricas e 4.500 funcionários, a empresa foi uma das pioneiras nacionais na produção de computadores, periféricos e equipamentos eletrônicos e de telecomunicações.

O grupo Docas chegou a responder por 50% do fornecimento total de equipamentos de telecomunicações do Brasil e 19% do mercado de computadores, competindo com gigantes multinacionais do porte da IBM e da Unysis.

II. Docas Investimentos S.A.

Em junho de 1989, Cândido Guinle de Paula Machado deixou a presidência da empresa e transferiu-se para o Conselho de Administração. A quarta geração das famílias Guinle/Paula Machado assumiu com o propósito de ingressar em novas áreas de negócio e transformar a holding numa geradora de novas empresas, a maior parte delas dedicadas a projetos pioneiros.

O agribusiness ganhou peso no mapa de negócios de Docas. A companhia fundou a Phidias Agropecuária, uma das maiores produtoras mundiais de limão-siciliano, e investiu também na produção de eucalipto, cana de açúcar e seringais.

Ao longo da década de 90, Docas fez novas associações com outros grupos empresariais. Nesse período, gradualmente a participação societária da família Paula Machado foi se diluindo. Sob a denominação de Docas Investimentos S.A., o grupo incorporou empresas nas áreas petrolífera, de reparos navais, logística portuária, energia elétrica (fabricação de torres de transmissão e geradores) e complexos de lazer e entretenimento, notadamente no Rio de Janeiro. Nesse período, Docas Investimentos participou também de empreendimentos imobiliários e de projetos internacionais de telecomunicações.